A Beleza da Culpa Cristã, e o seu Tormento.
"Mãezinha, minha queridinha, dizia ele (tinha começado a usar aquelas palavras tão simpáticas e inesperadas), minha pombinha querida e alegre, fica sabendo que, na verdade, cada um tem culpa perante todos, por todos e por tudo..." (Irmãos Karamázov Volume I, pg. 362). O que há de tão belo nessa passagem, q ue nos faz olhá-la com admiração? Talvez seja o fato de haver aí um coração resignado, submisso e compassivo, capaz de carregar um fardo considerado pelo indivíduo secular bastante pesado. Por quê o mundo desconhece esse ensinamento, e é incapaz de segui-lo? Porque está impregnado até o âmago de amor-próprio, e egoísmo. Antes de discutirmos e edificarmos a culpa pregada por Cristo, vamos entender o que é a culpa, e seu sentido para o indivíduo mundano. Culpa antes de mais nada significa responsabilidade. Daí se segue que um indivíduo considerado culpado é causa primeira do ato perpetrado. Dizemos que alguém é culpado na medida em que pode ser responsabilizado pela açã